Na última semana de agosto, o CETRA realizou a entrega dos Candeeiros, boletim informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas, para três famílias no Ceará. Nas três histórias contadas, a chegada da tecnologia social ampliou o universo de possibilidades de produzir e sonhar daquelas famílias. 

Para além da produção agroecológica, os quintais produtivos também são retratados como espaços ricos em beleza e palco de tempo de qualidade com os filhos. Em Paracuru, as irmãs Zélia e Josi Sales tem uma produção diversa: mangueira, cajueiro, bananeira, batata-doce, macaxeira, feijão-verde, milho e mais uma infinidade de plantas e frutas. 

Em Amontada, o quintal agroecológico de Raiele e Urias Rodrigues é palco do bem-viver: borboletas, abelhas e insetos polinizam as flores do maracujá, que divide o protagonismo com os pés de sabiá, importante aliado no reflorestamento de áreas devastadas. O objetivo agora é ampliar o aprisco que atualmente abriga 28 ovelhas. 

No Trairí, a agricultora e pescadora Antônia Claudete fala com orgulho da dedicação que exerce seja cultivando suas plantas ou na pescaria com anzol, tarrafa ou facão. A chegada da cisterna de segunda água modificou a relação da agricultora com o trabalho diário, agora o roçado, que antes era distante, está no seu quintal. 

O sonho de Claudete já evoluiu com a chegada da cisterna: a reutilização da água gasta no banheiro e na pia para reservar a água da cisterna para a horta e as mudas de morango, fonte e renda da agricultora. 

Nas três histórias, é possível observar um ponto em comum: a chegada da cisterna não marca a conclusão de um ciclo, mas o início das possibilidades, seja a partir da diversificação e crescimento da produção, seja ampliando apriscos ou pensando em novas formas de reutilização para o plantio. 

A fala de Claudete resume a injeção de ânimo que a chegada de uma tecnologia social de acesso à água pode causar: “Meu sonho é ter uma vida melhor, porque uma vida boa eu já tenho”. 

CONHEÇA O P1+2

O Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), contribui para o acesso à água para produção de alimentos e criação de animais. Nesta iniciativa, as tecnologias de acesso à água são construídas para garantir a estocagem de água para a produção de alimentos saudáveis e para a criação de animais. Este estoque chamamos de segunda água.

 No Ceará, o CETRA é uma das entidades que executa o Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), iniciativa da Articulação Semiárido Brasileiro – ASA, financiada pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS).