Projeto Floresta de Alimentos recolhe quase 1 tonelada de lixo no estuário do Rio Mundaú
Cerca de 80 pessoas participaram do mutirão de limpeza que recolheu quase 1 tonelada de material
Por Alice Sousa
O projeto Floresta de Alimentos realizou um mutirão de limpeza no Território Indígena Tremembé da Barra do Mundaú, recolhendo quase 1 tonelada de resíduos sólidos na área que compreende a praia e os manguezais.
De acordo com a Associação de Catadores do município de Itapipoca, que recebeu o material recolhido, foram 900kg de resíduos sólidos. Entre os materiais encontrados, muitas embalagens plásticas, uma geladeira e até uma quilha de prancha de surf com escritos que revelavam sua origem: Paracuru.

Cerca de 80 pessoas participaram da ação que aconteceu no dia 19 de setembro e contou com a parceria da Escola Indígena Brolhos da Terra, da Equipe Multidisciplinar de Saúde Indígena, dos Agentes Jovens Ambientais – AJAs de Itapipoca, da Brigada Tremembé, do Instituto do Meio Ambiente de Itapipoca (IMMI), da Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Estado do Ceará – APA do Estuário do Rio Mundaú.
De acordo com o coordenador do Floresta de Alimentos e engenheiro agrônomo do CETRA, Luis Eduardo, a comunidade vem sofrendo com os resíduos que são depositados pela corrente marítima de outras áreas de fora da Aldeia Tremembé.
O Território Indígena Tremembé da Barra do Mundaú está localizado em uma Área de Proteção Ambiental (APA) que é enquadrada como uma comunidade saudável e sustentável, sendo referência em Agrofloresta para a região.
CleanUP Day
O CleanUP Day ou Dia Mundial da Limpeza é um movimento cívico que surgiu em 2018 e já uniu mais de 211 países. De acordo com o Instituto Limpa Brasil, 114 milhões de pessoas já engajaram nesta campanha limpando suas cidades, rios e comunidades dos resíduos.
Floresta de Alimentos
Baseado na agroecologia, o projeto Floresta de Alimentos é dedicado, principalmente, à proteção e fortalecimento da agro sociobiodiversidade. O conceito engloba tanto a preservação do meio ambiente quanto dos conhecimentos dos povos tradicionais do campo, como indígenas, quilombolas, pescadoras/es, marisqueiras/os e famílias agricultoras.
Em tempos de crise climática, o projeto objetiva fortalecer e criar corredores ecológicos, capturar gás carbônico da atmosfera, proteger nascentes de água, ao mesmo tempo em que favorece a segurança alimentar para as pessoas e outros seres vivos. O projeto já implantou 30 agroflorestas em cinco municípios cearenses (Acaraú, Itapipoca, Paracuru, Paraipaba e Trairi) no primeiro dos três anos de duração e deve impactar mais de 3 mil pessoas.
O projeto Floresta de Alimentos é realizado pelo CETRA e pela Diaconia em parceria com a Petrobras, por meio do programa Petrobras Socioambiental, e contempla diversas comunidades de municípios do Litoral Oeste/Vale do Curu, no Ceará, e do sertão do Rio Grande do Norte.