Intercâmbio: Agricultoras encantam-se com diversidade da feira e quintal de Paracuru
Grupo com 20 mulheres do projeto Quintais das Margaridas conheceu a Feira Agroecológica e Solidária de Paracuru e a área produtiva conduzida pelas irmãs Zélia e Josélia
Na sexta-feira (22), vinte agricultoras de diferentes comunidades de Apuiarés foram até Paracuru conhecer a Feira Agroecológica e Solidária da cidade e a área produtiva comandada pelas irmãs Zélia e Josélia.
O grupo faz parte do Quintais das Margaridas, projeto em Rede, da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) com apoio dos sindicatos rurais dos municípios. A iniciativa faz parte do programa Quintais Produtivos para Mulheres Rurais.
O encontro contemplou o lançamento da campanha Comida de Verdade no Campo e Na Cidade na Feira de Paracuru, proposta do CETRA com a Rede de Feiras e a Aliança Pela Inclusão Produtiva (AIPÊ), que incentiva o consumo de alimentos saudáveis, produzidos sem veneno, pela agricultura familiar.
A Feira Agroecológica e Solidária de Paracuru existe há mais de doze anos e reúne agricultoras e agricultores de pelo menos dez comunidades. Elas e eles comercializam, a preço justo, desde bolos, frutas, hortaliças, pratinhos, mudas de plantas, dentre outros produtos.
As mulheres se surpreenderam com a variedade de itens comercializados e a animação das/os feirantes.
“Tinha muita diversidade ali, que não sei nem dizer o nome das coisas que tinha”, comentou uma das participantes do encontro.
No quintal das irmãs, elas foram apresentadas aos diversos itens produzidos por gerações da família de Zélia e Josélia, além de novidades que elas foram implementando no cardápio de casa e da feira.
Desde pão com fermentação natural a óleos medicinais e até peixe cozido com caju, a dupla tem usado a criatividade e o conhecimento repassado pela avó, mãe e mulheres da família para conseguir produzir com qualidade e gerar renda pra família por meio da Feira.
“É uma lembrança bonita olhar aqui pra esse quintal”, disse uma agricultora. “Tudo que tem aqui é bonito”, ressaltou a outra.
“Sempre que a gente vem a primeira vez [para o intercâmbio] a gente sai carregado de informações. De coisas boas! E fica com vontade de participar mais vezes”, destacaram.
Os intercâmbios são parte de uma estratégia de troca de experiências do projeto Quintais das Margaridas, explica Flávia Cavalcante, coordenadora da iniciativa no CETRA. Ainda de acordo com ela, o intuito é conhecer e refletir sobre os processos que envolvem as mulheres no campo da produção, da organização e autonomia das histórias delas.
“No projeto Quintais das Margaridas escolhemos sempre experiências que tenham mulheres protagonizando em seus processos produtivos e sociais. Zélia e a irmã sempre estão à frente dos espaços de coordenação, mas também de produção agroecológica”, complementa.
O Quintais das Margaridas terá dez meses de duração e reúne 80 mulheres de comunidades dos municípios de Itapipoca, Apuiarés e Pentecoste. A ideia é fortalecer os quintais produtivos de mulheres rurais, favorecendo a autonomia e dar visibilidade ao trabalho dessas agricultoras.