Agroecologia na Minha Escola: Estudantes de Itapipoca visitam tecnologias sociais e saf em Quixeramobim

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Educandos conheceram as experiências com reúso de águas cinzas em escolas e visitaram a agrofloresta do Quilombo do Mearim

Na quinta e sexta-feira (5 e 6 de setembro) as educandas, educandos, gestoras e gestores e integrantes da Escola Indígena Brolhos da Terra e da Escola Maria Nazaré de Sousa, de Itapipoca, foram até Quixeramobim conhecer experiências com reúso de águas cinzas para irrigação de sistemas produtivos e sistemas agroflorestais.

Primeiro, os participantes visitaram a Escola de Campo Irmã Tereza Cristina, onde foram apresentados ao bioágua integrado a um sistema de energia solar. Também conheceram o projeto que ensina música na escola, e que é aberto a alunos e também para a comunidade.

Além das práticas produtivas, educandos foram apresentados ao projeto de música da Escola do Campo Irmã Tereza Cristina. Foto: Rose Serafim/CETRA

Na sequência, seguiram para o Quilombo do Mearim, onde encheram os olhos com a agrofloresta Francisca Luisa da Silva.

A floresta de alimentos foi iniciada há pouco mais de um ano, com participação de quinze mulheres da comunidade. O nome homenageia em vida uma parteira responsável por trazer ao mundo mais de 300 crianças da região. Além da oferta de alimentos saudáveis, preservação do meio ambiente natural, o espaço ainda funciona como ponto de convivência entre as agricultoras e agricultores.

No segundo dia de intercâmbio, os grupos conheceram a Escola Família Agrícola Danilo Almeida (EFA). Lá, além da tecnologia de reúso da água da pia para irrigação das plantas, foram apresentados aos métodos pedagógicos e de gestão da EFA.

pedagogia da alternância

A escola agrícola foge do modelo tradicional e adota, na prática, os métodos paulofreirianos de pedagogia da alternância. Na EFA, as alunas e alunos habitam a escola por alguns dias do mês e são responsáveis pela organização e manutenção do espaço. Além disso, são incentivados a levar os conhecimentos aprendidos nas aulas para a prática em casa e na comunidade. Assim como os saberes dos seus locais de origem também são valorizados na instituição.

O intercâmbio é parte integrante do projeto Agroecologia na Minha Escola, executado pelo CETRA em parceria com a Fundação Avina (@fundacionavina) e financiado pela AMA.

A importância da troca de experiências

Vindos de uma região litorânea, os estudantes ficaram encantados com as possibilidades observadas, como açudes e vegetação de Caatinga.

“Aqui é lindo”, disse Evellyn Rochele, de 14 anos, integrante da Escola Abrolhos da Terra, que se surpreendeu com a realidade climática do Sertão Central. Já a Ana Carla, de 16 anos, além de gostar do que aprendeu, adorou observar a diversidade de plantas que viu pelo caminho. “Eu gosto muito de cacto, né? E eu vejo aqui muito cacto, muitos verdinhos, eu nunca tinha visto assim”.

João Alves, 37, educador da escola Maria Nazaré de Souza pôde conhecer de perto, pela primeira vez, como funciona um sistema de floresta com produção de alimentos.

“O que mais me chamou atenção foi poder ver na realidade como é o funcionamento de um sistema agroflorestal lá na comunidade do Mearim. Pra mim, foi impactante porque antes eu conhecia só por vídeo e foto e nunca tinha tido a experiência de ver de fato um sistema agroflorestal na prática mesmo, na vivência de estar lá dentro”, conta.

Muitos falaram em retornar, seja para observar o que aconteceu das experiências visitadas agora ou para colaborar como for possível.

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