Conversa de Quintal: uma identidade reforçada num retorno marcante

Compartilhar

Por Israel Vancouver

O dia 20 de abril poderia ter sido mais uma quinta-feira comum, mas não foi. A data foi marcada pelo retorno da Conversa de Quintal no CETRA, evento de grande importância que põe em pauta diversos debates que dialogam com os valores e lutas da instituição. Em alusão ao dia da luta camponesa (17/04), a Conversa de Quintal marcou sua volta com o tema “Lutas camponesas: diálogos sobre condições, dilemas e conquistas” e contou com cerca de 50 participantes, vindos de Sobral, Itapipoca, Quixeramobim, Quixadá, Caucaia, Tururu, Pacujá e Fortaleza. 

Para mediar os debates, estiveram presentes os professores universitários e associados do CETRA Helena Selma e Levi Furtado, além de Joseli Cordeiro, quilombola do Batoque, município de Pacujá-CE, Salete Félix, integrante do movimento da mulher trabalhadora rural, Antônia Maria (Marcinha), agricultora em terra de terceiros na comunidade Bom Jardim, em Quixadá-CE e Mateus Tremembé, representante da terra indígena da Barra do Mundaú, em Itapipoca-CE.

“Essa conversa não aconteceu somente no quintal das margaridas, mas na cozinha, nas sala de igrejas, nos sindicatos, no alpendre, na rua, nas comunidades e há muitos anos” – José Andrade, agricultor do território de Sobral-CE.

Não é exagero afirmar que a volta foi marcante. Além da tradicional conversa, aproveitamos o momento para lançar nosso novo site, dando uma nova face institucional ao CETRA. O site foi todo pensado para facilitar o acesso do público aos conteúdos produzidos pela Instituição e ser uma fonte de pesquisa também para a academia. A plataforma foi elaborada pela Cooperativa Eita, parceira conhecida de movimentos sociais.

Também ocorreu o lançamento da campanha de captação de recursos. Sobre a campanha, Suyane Fernandes, coordenadora de captação de recursos do CETRA, afirma: “A ideia é levantar recursos que contribuam para a manutenção da vida institucional. A campanha tem as mulheres rurais como tema central e cada doação contribui para que continuemos trabalhando com essas mulheres em suas diversidades, singularidades e demandas nos territórios rurais em que atuamos. Apostamos na empatia das pessoas, entidades parceiras e outras que dialogam com a pauta rural na perspectiva da agroecologia”.

Doação é empatia, é o amor traduzido em gesto. Você também pode semear nosso apoio às comunidades assistidas! Contribua conosco clicando aqui.

“Nós vamos nos calar? Jamais! Precisamos garantir que os direitos dos nossos pequenos de hoje sejam garantidos no futuro. Muitos filhos e filhas de assentados não conhecem suas lutas e suas histórias, daí a importância de ensinar as nossas lutas” – Israelita Alves, moradora do assentamento Maceió, em Itapipoca-CE.

A Conversa de Quintal estava há três anos sem ocorrer. Seu retorno é simbólico e significativo para o CETRA, principalmente se tratando de um tema que está no cerne da história institucional. Sobre o retorno, nossa coordenadora executiva, Neila Santos, afirma: “Voltar o projeto em 2023, após alguns anos parado, trazendo para debate o tema da luta camponesa, foi muito especial […]. Fazer a Conversa de Quintal trazendo para o lugar de fala as/os agricultoras/es, os povos indígenas e os povos quilombolas foi muito importante, além de ser, também, um momento em que pudemos divulgar um pouco das nossas novas ações […]. Tudo foi muito gratificante para nós”. 

Gostou das nossas iniciativas? Fique por dentro de todas as novidades acompanhando nosso site, assinando nossa newsletter e nos seguindo nas redes sociais. É um prazer ter você conosco!

Compartilhar

3 comentários

  1. A conversa de Quintal que o CETRA replica no Quintal das Margaridas em sua sede em Fortaleza, a conversa no quintal, no terreiro, no alpendre que muitas famílias camponesas realizam em seus territórios. Nossa conversa foi potente, com uma tema de muita importância para a vida das comunidades camponesas e para a Agroecologia. Esta conversa marca uma nova trajetória na reconstrução de nosso país que luta por terra, água, comida de verdade, por direitos dos povos do campo, florestas, águas e cidades. Continuaremos conversando, sobre vários temas que são importantes para nos fortalecermos politicamente e seguirmos em luta por um Brasil justo e sem desigualdade.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *