Curso de Arte, Comunicação e Inclusão Digital debate noções básicas de foto e filmagem com jovens Tremembé
Texto: Francisco Barbosa
Fotos: Francisco Barbosa
O registro, seja de qual tipo for, tem uma grande importância para a nossa história, tanto pessoal como social. Por meio dele podemos viajar no tempo e conhecer um pouco mais sobre nós e sobre o local em que vivemos.
Foi assim, mostrando a importância de guardar memória por meio de registros, que se deu o III módulo do curso de Arte, Comunicação e Inclusão Digital, realizado pelo CETRA por meio do Projeto Ação Tremembé, entre os dias 23 e 25 de agosto. As atividades foram realizadas no Ponto de Apoio do Povo Tremembé, localizado na aldeia Buriti do Meio e contou com a facilitação do videomaker e documentarista, Alberto Cukier.
Durante os três dias a turma, composta por jovens Tremembé, debateu concepção e produção de fotos e vídeos; produção de roteiro; técnicas de fotografia e filmagem e; apresentação e explicação sobre as câmeras que foram utilizadas por eles/elas em exercícios práticos.
No primeiro dia, as/os jovens viram noções básicas de fotografia como luz, sombra, enquadramento e posicionamento. Em relação a vídeos, falaram sobre a produção de documentários, iluminação, localização e áudio. Em seguida a turma foi dividida em grupos. De acordo com Alberto Cukier, a ideia foi fazer com que cada grupo elaborasse e planejasse um trabalho que seria feito e apresentado no último dia.
Já no dia seguinte, as atividades tiveram início com apresentação e explicação das funções das câmeras, seguido de exercício prático onde, todos e todas tiveram a oportunidade de manusear os equipamentos e testar os conhecimentos adquiridos. No último dia cada grupo realizou e apresentou os trabalhos planejados no início do curso.
“Eu tentei passar pra turma a importância do que é um registro. A ideia é que esses arquivos, que eles produziram durante o módulo, se tornem um banco de imagens pra eles. Foi muito bom trocar conhecimento com essa juventude. É Como o Sebastião Salgado fala: ‘Hoje se faz muito mais imagem do que fotografia’. É necessário que toda fotografia ou filmagem tenha uma memória por trás dela, senão fica só uma imagem vazia”, diz Alberto Cukier.
O estudante, Keven da Silva Barbosa, aluno do 8º ano, foi um dos participantes do curso. Para ele, o conhecimento adquirido nesses três dias pode ajudar na produção de registros das atividades futuras do Povo Tremembé. “Eu estou achando uma experiência muito boa. Até hoje eu tive pouco contato com máquina fotográfica e é bom a gente ter essa experiência pra ter a nossa memória guardada. Aqui na nossa terra indígena acontecem muitas ações e às vezes não temos como registrar. Com o conhecimento do curso podemos colocar em prática o que aprendemos e deixar registrados nossos momentos para o futuro”, afirma.
Essa é a segunda turma do curso de formação em Arte, Comunicação e Inclusão Digital do projeto Ação Tremembé, realizado pelo CETRA com financiamento da União Europeia.