Itapipoca reúne 250 agricultores/as na 4ª etapa do Ciclo de Seminários – Cenários para o Fortalecimento da Agricultura Familiar
Fotos: Francisco Barbosa
Texto: Francisco Barbosa
Valorização da culinária local, alimentos cultivados na região pela agricultura familiar sem uso de agrotóxicos e dentro das iniciativas agroecológicas, foram pautas centrais no mês de agosto em Itapipoca (CE).
A 4ª etapa do Ciclo de Seminários – Cenários para o Fortalecimento da Agricultura Familiar, que aconteceu no dia 18 de agosto, no CETREDI, em Itapipoca/CE, proporcionou tudo isso. O evento foi realizado pelo Instituto das Artes da Mesa – L´Atelier, com o patrocínio do Instituto Agropolos e parceria do Centro de Estudos do Trabalho e de Assessoria ao Trabalhador – CETRA. A Ação reuniu aproximadamente 250 agricultores e agricultoras dos municípios que compõem o Território do Vales do Curu e Aracatiaçu.
Com uma programação recheada de atividades, o evento teve início com um café da manhã, em seguida, cinquenta agricultoras/es participaram de uma oficina gastronômica com o chef Eduardo Sisi que apresentou novas formas de preparar alimentos já tradicionais na região como o chips de banana verde (a fruta é cortada em rodelas finas, frita e servida com um pouco de sal), o crocante de mandioca (a mandioca é ralada e frita em forma de tapioca), entre outras receitas.
Já no período da tarde, a professora da UFC, Helena Selma, falou sobre o significado dos alimentos como patrimônio cultural, social e econômico; sobre segurança e soberania alimentar e; sobre a diferença de comprar produtos nas Feiras Agroecológicas e Solidárias e comprar em supermercados e feiras convencionais.
Logo em seguida foi a vez do chef Eduardo Sisi bater um papo com as/os agricultoras/es. Ele falou um pouco sobre a oficina gastronômica que realizou pela manhã e o que foi trabalhado com as/os participantes. Para o chef, as dicas dadas durante a oficina podem vir a alavancar as vendas dos produtos nas Feiras Agroecológicas e Solidárias devido à nova forma de apresentar os produtos. Outra coisa que ressaltou foi o fato de moradoras e moradores da região terem produtos ótimos no local, pois são livres de agrotóxicos, o que eleva a sua qualidade. Além disso, esses alimentos são produzidos nos próprios quintais das famílias, e isso é um privilégio (saber a origem de cada alimento).
Ainda no período da tarde, todas e todos visitaram o Viveiro, local mantido pelo CETRA onde há espaços de experimentação em agroecologia como: produção de mudas, casa de sementes, minhocário, Sistema Agrofloresta (SAF), e compostagem. As/os participantes foram divididas/os em grupos para visitar e conhecer cada um desses espaços.
“Hoje foi um dia muito especial, um dia cheio. Tivemos a professora que falou um pouco sobre alimento, agricultura familiar e agroecologia. Também conversamos com o chef que falou sobre a qualidade da comida pra consumir e pra vender nas nossas Feiras Agroecológicas e Solidárias. Também tivemos muita troca de experiência. A gente, que trabalha no campo, tem o nosso conhecimento, e quem vem de fora, também traz o conhecimento deles. Aqui é sempre uma aprendizagem”, afirma, Gênero Manoel Soares, 74, agricultor, morador do assentamento Escalvado, no município de Itapipoca.
À noite aconteceu uma edição especial da Feira de Saberes e Sabores de Itapipoca. Na ocasião, Alberto Araújo, um dos organizadores da 4ª etapa do Ciclo de Seminários, fez a entrega de oito barracas para a Rede de Agricultores/as Agroecológicos/as e Solidários/as do Vales do Curu e Aracatiaçu. A noite foi encerrada com a apresentação da Banda Dona Zefinha.