Em parceria com a Petrobrás, CETRA e Diaconia lançam projeto Floresta de Alimentos
Evento de lançamento foi realizado em Itapipoca/CE na última quarta-feira, 22

O projeto Floresta de Alimentos começou oficialmente no Ceará. Na última quarta-feira, 22, junto com a Feira Agroecológica e Solidária de Itapipoca, CETRA e Diaconia reuniram apoiadoras/es, agricultoras/es, e autoridades para o lançamento da iniciativa que envolve dois estados e dez municípios no nosso estado e no Rio Grande do Norte.
O evento foi realizado na Praça das Mercês, ao lado da Igreja Matriz, e reuniu um público de mais de 360 pessoas, além dos profissionais envolvidos.
Coordenador do Floresta de Alimentos no CETRA, Luis Eduardo Sobral destacou a participação das parcerias e agricultoras/es no evento.
“Essas pessoas se encontraram e dialogaram sobre os princípios e objetivos do projeto. Colocaram seus pontos de vista de como o Floresta pode trazer benefícios para o campo e para a cidade. Nessa perspectiva de trabalhar uma agricultura mais resiliente ao clima”, avaliou.
Compuseram a mesa no lançamento: Maria de Fatima dos Santos (Fafá), Multiplicadora em Agroecologia da Comunidade Jenipapo, Rede de Agricultoras e Agricultores Solidários do Vale do Curu e Aracatiaçu e Rede de Feiras Agroecológicas e Solidárias do Ceará; Margarida Pinheiro, Associada e fundadora do CETRA; Neila Santos, Coordenadora Geral do CETRA, Hesterolivia Shirley (Tété), Assessora Pedagógica e representante da Coordenação da Diaconia; Cristina Nascimento, Secretária Chefe de Gabinete da Prefeitura Municipal de Itapipoca – PMI; Marcos Jacinto de Sousa, Secretario Executivo da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA) os vereadores municipais Pequeno do Maceió e Josa Filho, além de Erinaldo Lima, Vice-presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Ceará – FETRAECE
O que é o Floresta de alimentos?
Baseado na agroecologia, o projeto Floresta de Alimentos é dedicado, principalmente, à proteção e fortalecimento da agrosociobiodiversidade. O conceito engloba tanto a preservação do meio ambiente quanto dos conhecimentos dos povos tradicionais do campo, como indígenas, quilombolas, pescadoras/es, marisqueiras/os e famílias agricultoras.
Em tempos de crise climática, o projeto objetiva fortalecer e criar corredores ecológicos, capturar gás carbônico da atmosfera, proteger nascentes de água, ao mesmo tempo em que favorece a segurança alimentar para as pessoas e outros seres vivos.
“A perspectiva desse projeto é que possamos implantar sistemas agroflorestais que vão fortalecer a produção de alimentos, de uma floresta de alimentos, em diversas comunidades e municípios, valorizando a experiência de agricultoras/es, e ainda contemplando áreas de preservação de vegetação nativa e de quintais produtivos”, indica o agrônomo Luís Sobral..
O Floresta de Alimentos contempla ainda a implementação de tecnologias sociais, como o sistema de reaproveitamento da água da pia e do chuveiro para aguar plantas (RAC – Reúso de Águas Cinzas) e de fogões ecológicos, versão diferenciada do fogão à lenha tradicional com redução do madeira e da poluição por fumaça na cozinha.
Produzir água
O coordenador do projeto explica que os sistemas agroflorestais aumentam a produtividade dos solos e melhoram a captação de água. Isso é possível com a proteção do solo, por meio do cultivo de árvores e plantas adubadeiras e nativas na mesma área de culturas tradicionais, como o milho, feijão, arroz, frutas e hortaliças.
“A gente fala, na agrofloresta, que os agricultores podem produzir água. Quando você tem um ambiente com mais diversidade de espécies, mais árvores, você pode consorciar a agricultura naquele mesmo espaço. Não há perda de produtividade. Você tem um aumento da fertilidade, uma ciclagem de nutrientes”, conclui.
Locais de atuação: Litoral do Ceará e Sertão Potiguar
O Projeto Floresta de Alimentos será desenvolvido no estado do Ceará, em parceria com a Rede de Agricultores/as Agroecológicos/as e Solidários/as dos territórios Vales do Curu/Litoral Oeste nos municípios de Acaraú, Paracuru, Paraipaba, Trairi, Fortaleza e Itapipoca; e no estado do Rio Grande do Norte, em parceria com os Sindicatos dos Trabalhadores/as Rurais dos Municípios de Mossoró, Carnaubais, Areia Branca, Alto do Rodrigues e Natal.