Jovens do campo mostram seu protagonismo durante o Festival das Juventudes do Semiárido em Sobral

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Texto: Francisco Barbosa

Fotos: Francisco Barbosa e Miguel Cela

 

“É no Semiárido que a vida pulsa! É no Semiárido que a gente resiste!” É com esse clima que acontece o Festival de Juventudes do Semiárido, de 30 de novembro a 02 de dezembro, no município de Sobral. O evento é uma realização da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), do CETRA, movimentos sociais e instituições parceiras do Território. Durante os três dias, o Encontro reúne aproximadamente 300 jovens beneficiários do Projeto Paulo Freire para debater a Agroecologia e a Democracia no Ceará, proporcionando o diálogo e a troca de experiência entre as juventudes do campo e da cidade através de oficinas e intercâmbios de experiências.

 

O Evento teve início na noite de sexta-feira 30 de novembro, com apresentações culturais e mesa de abertura onde as/os integrantes falaram um pouco sobre as expectativas do Encontro e sobre as lutas, desafios e perspectivas da juventude do campo.

Em seu segundo dia a programação teve início com o debate: “O papel das juventudes em defesa da democracia e da agroecologia”, que contou com a presença de Francisco de Assis Diniz – SDA, Cristina Nascimento – ASA/CETRA, Milena Camelo – Fetraece e Miguel Braz – Levante Popular da Juventude. Cristina Nascimento – CETRA, falou sobre a resistência do povo do Semiárido e sobre a importância de ter orgulho de ser um/a jovem do campo e afirmar de lugar de onde vem. Ela também lembrou a importância de programas sociais como a construção de cisternas, que garantem o acesso à água de qualidade e a produção familiar. “A juventude precisa compreender que a cisterna que tem em sua casa não é apenas uma construção física. Ela também significa saber, conhecimento e posicionamento político sobre esse lugar de onde a gente vem”, finaliza.

 

José Arildo Soares dos Santos, 23, morador do Sítio Coqueiro, no Assentamento Maceió, em Itapipoca, é um dos jovens que estão participando do Encontro. “O evento tá massa e representa um mundo novo pra muitos jovens que estão vivendo isso aqui pela primeira vez, mas o pessoal ainda está um pouco distante uns dos outros. Espero que até o final do Encontro a gente esteja conectada, todo mundo junto”, diz. Para ele, ser um jovem do campo tem muitas belezas, mas também muitos desafios. “A beleza vem da natureza. É muito bom acordar e ver o seu interior. Hoje mesmo fiquei sabendo que está chovendo onde moro, e isso é maravilhoso. Quem é da terra se alegra quando chove. E o desafio de ser um jovem do campo é em relação à formação. Muitos não se identificam com o campo e vão pra cidade por causa da falta de oportunidades. Isso está mudando, mas ainda tem muito o que melhorar”, afirma.

A programação do dia ainda conta com oficinas temáticas: Educação Contextualizada e Teatro; Sucessão Rural e o Protagonismo das Juventudes e Contação de Histórias; Diversidade Sexual e Grafite; Agroecologia e Bomba de Semente; Convivência Com o Semiárido e Horta Candeeiro; Feminismo e Organização das Mulheres e Percussão; Comunicação Popular e Fanzine; Identidade Étnico-Racial e Capoeira; Juventudes Quer Viver (debate sobre as juventudes e violências) e Hip Hop; Oficina Metodologia Participativa: Juventudes e Fotografia.

 

O dia será encerrado com a noite cultural com a apresentação da banda Balaio da Preta.

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