Evelyn Ferreira, Mara Bernardo e Fram Paulo*
Crato|CE
“Ô de casa, ô de fora
Mariá cheguei agora
Mariá vai ver quem é
É o cravo é a rosa
A açucena no pé"
(toada de reisado - abrição de portas)
A mística de abertura de mais uma Reunião Ampliada do Fórum Cearense Pela Vida no Semiárido (FCVSA) foi embalada pelos cantos dos reisados e encantos dos povos Cariris, invocando memórias dos ancestrais na luta pela terra livre. A reunião aconteceu nos dias 08 e 09 de maio na Micro Cariri, município de Crato (CE).
Inicialmente os participantes da reunião foram divididos em dois grupos, para o intercâmbio em experiências de segunda água: cisterna-calçadão e de enxurrada.
Um grupo foi visitar a experiência do casal Dona Lucina e Seu Edilson, na comunidade Baixa do Maracujá, beneficiários da cisterna de enxurrada. Com menos de um ano que o casal recebeu a tecnologia social, já está tirando proveito da água armazenada na cisterna, com plantio de hortaliças, frutas e plantas medicinais.
Participantes em momento de intercâmbio Foto: Fram Paulo / Arquivo CDDH-AC |

A visita do outro grupo foi ao sítio Guritiba. O agricultor Antônio Pedro da Silva recebeu os participantes do intercâmbio com um sorriso largo e calorosa saudação. Logo foi contando que planta manga, laranja, jaca, milho, etc. Depois da chegada da cisterna-calçadão pelo Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), Antônio vê fartura brotando da terra, “riqueza
maior da vida”, diz.

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Participantes em momento de intercâmbio Foto: Carlos Rutiele / Arquivo IAC |
Os elementos norteadores do debate da reunião do FCVSA foram colhidos a partir dos intercâmbios. Foram socializados os aprendizados da execução do P1+2, bem como as experiências de cada entidade.
As dificuldades e as estratégias coletivas para enfrentá-las, também foram discutidas. O uso de bomba elétrica e melhorias para os decantadores das cisternas de enxurrada foram pontos de destaque da discussão. Entre os desafios observados, está a qualificação das capacitações, monitoramento das famílias beneficiadas e qualidade do material entregue também foram pontuados.
As dificuldades e as estratégias coletivas para enfrentá-las, também foram discutidas. O uso de bomba elétrica e melhorias para os decantadores das cisternas de enxurrada foram pontos de destaque da discussão. Entre os desafios observados, está a qualificação das capacitações, monitoramento das famílias beneficiadas e qualidade do material entregue também foram pontuados.
Na mística da tarde, as bênçãos da Mãe Terra e Mãe Água, trazendo a ancestralidade pulsante do encantamento sonoro do tambor dos Cariris guerreiros, fortalecendo a luta coletiva por vida digna, por terra livre para armazenar a água para produzir, pela agroecologia, para conviver e viver em harmonia com a natureza do Semiárido de todos os seres humanos e não humanos.
E o que ficou na mente e no coração da gente do encontro foram desafios, compromissos, esperanças, coragem, solidariedade, oportunidades e luta.
O próximo encontro do FCVSA será nos dias 10 e 11 de junho, no município de Senador Pompeu (275 km de Fortaleza), para discutir a qualidade das implementações da Primeira Água, para consumo humano.
* Comunicadores populares da ASA
* Comunicadores populares da ASA
Fonte: http://goo.gl/igyLyt